Paraibano nascido no ano de 1876, Antônio Ferreira da Cruz é considerado um dos poetas populares da primeira geração. Assim como os outros de sua época, Antônio divulgava sua poesia de forma oral e, por esse motivo, hoje existem poucos registros de sua obra. Assim, o que se conhece de seus trabalhos é fruto de informações transmitidas oralmente por outros poetas, bem como por pesquisadores interessados. Um outro fator apontado por estudiosos para o pouco registro de sua obra deve-se à diversidade de assinaturas do poeta, que ora aparece como Antônio F da Cruz, ora apenas como Antônio Cruz.

Apesar de ter nascido no século XIX, a atuação de Antônio Ferreira da Cruz como poeta e cantador só inicia no século XX, quando ele já tinha seus 30 anos. Antes disso, Antônio trabalhava como operário e contramestre de tecelagem numa fábrica de tecidos.

As apresentações do cantador serviram de inspiração para muitos outros poetas, que compuseram cantorias, desafios e pelejas com base em suas palavras. Por esse motivo, muitos dos registros de suas poesias são pelejas como, por exemplo, “Peleja de Antônio Ferreira com Lourival Bandeira descrevendo as cachaças do Brasil”, “Peleja de Antônio F. da Cruz com Manuel Branaúna Neto” e “Peleja de Antônio da Cruz com Cyriaco de Lyra”. Além das pelejas, Antônio Ferreira da Cruz é apontado como autor de outros poemas, a saber: “História de três irmãs que queriam casar com um rapaz”, “Os aviadores e a viagem pelo espaço”, “História da Machina que faz o mundo rodar” e “Visita de Lampião a Juazeiro”.