Técnica tradicional de impressão de imagens e textos, a xilogravura tem uma ligação íntima com a literatura de cordel, uma vez que passou a ser utilizada como ilustração das capas dos folhetos. Entre as décadas 1930 e 1940 houve uma intensa produção de cordéis, o que acarretou em diversas mudanças de impressão, sendo uma delas a inclusão da xilogravura como elemento ilustrativo. Assim, a xilogravura passou a ser bastante característica da literatura de cordel e, por esse motivo, cada vez mais popularizada.
Utilizando materiais simples como madeira, estilete, tinta e folhas, a composição de uma xilogravura é realizada em três etapas. Apesar da simplicidade dos materiais, o processo é bastante delicado e requer muita concentração, visto que qualquer erro pode acarretar danos irreparáveis. Assim, na primeira etapa a madeira é escupida com o auxílio de um instrumento com lâminas, como um estilete, e as áreas que não fazem parte da impressão são removidas. Num segundo momento, cobre-se de tinta as áreas que não foram cortadas, dando um formato ao desenho e permitindo a sua melhor visualização. Por fim, na terceira etapa, a impressão da imagem é feita a partir da pressão da madeira sobre a superfície a qual se deseja ilustrar, que no caso do cordel, é o papel. Com essa técnica, a madeira escupida passa a ser chamada de matriz, que, por sua vez, é aplicada várias vezes, permitindo a replicação da ilustração.
A prática de xilogravura tem seus primeiros registros na Chica do século V e, algum tempo depois, também passou a ser utilizada no Japão para imprimir textos das escrituras budistas. Em território europeu, a trajetória da xilogravura é bastante parecida com a da comercialização do papel e, por ocorrer simultaneamente, a técnica de xilogravura ganha destaque por ser uma forma mais acessível de consumir arte, devido ao seu baixo custo.