Figura ilustre para a política e intelectualidade cearense, José Parsifal Barroso, mesmo sendo pouco lembrado nos dias de hoje, merece nossa atenção, graças às suas ações pelo povo cearense e pelo estado em si. Como político, advogado ou professor, Parsifal buscou apoiar sua terra natal de todas as formas que podia, desde projetos de leis até ensaios escritos sobre o Ceará e sua gente.

Parsifal Barroso nasceu em Fortaleza, no dia 05 de julho de 1913. Seus pais são Hermínio Barroso e Emília Cunha Barroso. Teve todos os seus estudos, de primeiros anos escolares até ensino superior, em Fortaleza, cursando o ensino secundário no Liceu do Ceará de 1925 a 1929, e no ano seguinte, entra para a Faculdade de Direito do Ceará, onde viria a se tornar bacharel em ciências jurídicas e sociais em 1933. Durante sua formação em Direito, foi professor de química e história natural e a partir de 1934, se dedicou ao magistério. Entrou na política em 1936, sendo um deputado classista, que representava a categoria dos professores e empregados das indústrias, comercio e transportes. Seguiu se dedicando as suas três facetas: professor, advogado e político, essa última lhe rendendo renome e reconhecimento.

Durante sua trajetória na vida pública, Parsifal Barroso exerceu várias funções, como deputado classista (1936-1937), como já citado; deputado constituinte (1945-1949); deputado federal (1951-1955 e 1971-1977); ministro do Trabalho, Indústria e Comércio (1956-1958); senador (1958-1959); governador do Ceará (1959-1963) e presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal (1979). Como ministro de Juscelino Kubitschek, Parsifal Barroso viu de perto a construção de Brasília e colaborou para a sistematização de infraestrutura pensada pelo presidente da época.

Parsifal Barroso e Juscelino Kubitschek

Para além disso, buscou colocar o nordeste na rota dessas mudanças e melhorias empregadas pelo governo JK ao tentar montar estratégias que favorecessem a economia, educação e saúde da região. Durante seu governo no estado, Parsifal foi responsável pelo incentivo à cultura no Ceará, além de garantir obras que beneficiassem os cearenses, como a entrega do açude de Orós, a captação de energia elétrica para a região sul do Ceará e o início do que viria a ser a Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Na área intelectual, escreveu alguns livros, sendo o mais conhecido o ensaio “O Cearense”, publicado em 1969, onde o autor busca compreender as origens e a ancestralidade do povo cearense. Este livro refletia o amor que sentia pelo Ceará. Ele era um estudioso do seu povo e queria sempre o melhor para ele. Além de “O Cearense”, o escritor Parsifal Barroso teve outros livros publicados: Pedro, nosso irmão (1950), Na casa do Barão de Studart (1969), Um francês cearense (1973), Vivencias políticas e Uma história política do Ceará. Sua importância para a história do Ceará é imensa, dado o protagonismo que Parsifal dava para o estado em sua vida pública e nas suas obras. Em 2017, seu livro mais conhecido recebeu uma nova edição, buscando assim trazer de volta à tona a memória de Parsifal e, para colaborar ainda mais para esse ressurgimento de sua memória, em 2018 foi lançada uma biografia sobre ele, Parsifal Barroso – Um intelectual na política, escrita por Luis Sérgio Santos e sendo financiada pelo Instituto Myra Eliane, cujo presidente é Igor Queiroz Barroso, neto de Parsifal Barroso.

Parsifal Barroso foi um ótimo governador, que trouxe melhorias que até hoje refletem na vida de muitos cearenses. Foi um grande pensador e escritor que colaborou bastante para a memória e identidade cearense.