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Raquel de Queiroz foi uma escritora, romancista, tradutora e dramaturga cearense, bastante conhecida pelo seu primeiro romance, “O Quinze”, que narra a vida de alguns personagens durante a seca de 1915, no Ceará. Também ganhou bastante destaque pelos feitos pioneiros de ser a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras e por receber o prêmio Luís de Camões.

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Nascida em Fortaleza, capital do Ceará, no dia 17 de novembro de 1910, Raquel de Queiroz foi uma romancista, cronista, contista, tradutora e dramaturga de reconhecimento nacional, por conta de suas histórias ambientadas no sertão cearense, de suas personagens femininas fortes e pela enorme produção de obras literárias durante sua vida. Ganhou bastante notoriedade já em sua estreia como romancista, em 1930, com o livro “O Quinze”, obra que conta a história de três personagens centrais (Conceição, Vicente e Chico Bento) durante o período de seca que se iniciou em 1915.

Desde seu nascimento até 1919, Raquel e sua família constantemente mudavam de localização, seja por conta de um emprego de promotor do pai (1913), seja pela fuga para o Rio de Janeiro, causada pela seca que a escritora anos após utilizaria como plano de fundo de seu livro mais reconhecidos. Em 1921, dois anos após retornar a Fortaleza, Rachel de Queiroz ingressa na Escola Normal Imaculada Conceição, vindo a graduar-se como professora em 1925, ainda no seu ano de debutante. Certamente, em 1927, sua estreia como escritora se deu por conta de um evento chamado Rainha dos Estudantes, que a agora escritora ironizou em uma carta endereçada ao jornal O Ceará, que estava publicando sobre o dito evento. Para essa ideia, utilizou o pseudônimo de Rita de Queluz. Curiosamente, por conta dessa carta, Rachel foi chamada a se juntar ao jornal, organizando assim uma página literária e publicando por meio de um folhetim a obra “História de um nome”. Ao mesmo tempo, Rachel de Queiroz ainda atuava como professora substituta de História no Imaculada Conceição. No decorrer de sua carreira, Raquel de Queiroz publicou diversos contos e crônicas nos maiores jornais do país, como “O Estado de São Paulo” e o “Jornal de Pernambuco”.

Aos 20 anos, Raquel de Queiroz entra para o hall dos maiores escritores brasileiros logo com seu primeiro romance, “O Quinze”, onde a romancista utiliza o período histórico de estiagem no Ceará que foi de 1915 a 1919 como elemento narrativo basilar. Questões como a migração, a situação dos refugiados da seca na capital cearense, o papel do poder público e o cotidiano da cidade e do campo em momentos de seca são expostos por Raquel de Queiroz através das três linhas narrativas que ela adota, acompanhando cada um dos protagonistas de sua história. “O Quinze” foi lançado durante a segunda fase do modernismo brasileiro, sendo elogiado por escritores renomados como Graciliano Ramos e Mário de Andrade. Por essa obra, a romancista foi premiada na categoria romance com o Prêmio Fundação Graça Aranha, em 1931. Além de “O Quinze”, Rachel escreveu outros romances clássicos, como João Miguel (1932), O galo de ouro (1950) e Memorial de Maria Moura (1992), além das coletâneas de crônicas, contos e peças de teatro, como A beata Maria do Egito (1958), O brasileiro perplexo (1964) e As menininhas e outras crônicas (1976).

Em 1977, Raquel de Queiroz se tornou a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, ocupando a de nº5. Com esse feito, a notoriedade da escritora cresceu ainda mais, sempre com suas obras, sejam romances, crônicas, contos ou peças de teatro, abordando temáticas sociais e com personagens femininas, geralmente protagonistas, com papéis mais enfáticos e importantes.

Raquel de Queiroz foi premiada por muitas vezes durante sua vida, como, por exemplo, o Prêmio Luís de Camões, destacando também por ser a primeira mulher a recebê-lo. Atualmente, Raquel de Queiroz segue sendo uma das escritoras mais influentes e importantes da literatura brasileira.

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